segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ai encontro-me


Sentada num banco
Da esquina da vida
Ai encontro-me

Permitindo sem filtar tudo entrar
Sem grades de proteção
Sem reservas de consciência
Experimentando o lado torpe da vida

Sentada num banco
Da esquina da vida
Ai encontro-me

domingo, 16 de outubro de 2011

Não consigo escrever poesias

Fazia algum tempo que não postava aqui, estava em crise poética, às vezes, travo um impasse com a poesia e ela insiste em me abandonar. Nessas minhas andanças de blogs encontrei esta belíssima perola e que diz muito que está acontecendo nessa fase em que me encontro abandonada pela mesma.

Não consigo escrever poesias

Das minhas mãos já não sai poesia,
Já não consigo escrever tanta dor,
A não ser que num toque de magia,
Revolvessem a terra sem tremor.
No meu sonho mais puro versaria:
Port-au-prince, ès tu livre de amargor !
Não fora a terra movediça e fria,
Cantava ainda teu povo ao sol-pôr.
Já não enfeitam o azul do teu mar,
Nem no cais quando iam atracar,
Os teus veleiros vendendo ilusões;
Só destroços eu vejo navegar!
Irmãos sem vida outros a definhar,
Choram de luto nossos corações.
 
(Cecília Rodrigues)